Clínica Cirúrgica

OZIMO_GAMA


A evolução dos conceitos e das práticas em cirurgia tem sido memorável. Nas ilustrações da Idade Média e do Renascimento, a amputação das extremidades aparecia como paradigma da habilidade cirúrgica. O procedimento era realizado por cirurgiões barbeiros em um ou dois minutos sem anestesia, hemostasia e assepsia. Os pacientes nem sempre sobreviviam; a sepse era o fenômeno pós-operatório mais frequente. A criação da cirurgia moderna é creditada a Ambroise Paré em meados do século XVI. Atribui-se a este cirurgião de guerra, a introdução da hemostasia por ligadura em substituição à cauterização por ferro quente ou azeite fervente. Mais tarde, no século XIX, desenvolveu-se a medicina experimental e científica na França, Alemanha e Inglaterra. Na Alemanha, Theodor Billroth incorporou os conhecimentos de patologia à cirurgia e em seguida foram agregados os conceitos da microbiologia e da assepsia, desenvolvidos na França e Inglaterra, respectivamente. O verdadeiro fundador da Cirurgia Moderna, praticada no século XX, foi William S. Halsted de Johns Hopkins. Halsted integrou os conhecimentos técnicos, médicos e científicos à metodologia rigorosa para a execução dos procedimentos, transformando a cirurgia em disciplina científica e intelectual.

O desenvolvimento da cirurgia minimamente invasiva, mediante emprego da via endoscópica, da radiologia intervencionista, da cirurgia videoendoscópica e da robótica tem induzido à revisão dos conceitos, das práticas e da organização dos serviços de cirurgia. Na atualidade, a cirurgia é uma sequência ordenada do emprego das técnicas e de instrumentos avançados utilizados por cirurgiões, endoscopistas e radiologistas intervencionistas. Habitualmente, empregam-se bisturis, pinças, endoscópios, cateteres percutâneos e videoendoscópios. Os recursos mais avançados incluem a robótica, a teleoperação, a telerobótica e a cirurgia com realidade virtual. A nova prática cirúrgica está redimensionando a interface entre o cirurgião, a doença, o paciente e o meio. A evolução tecnológica tem contribuído para a redução da violação biológica e psicológica dos procedimentos básicos em cirurgia. A obtenção de resultados terapêuticos melhores, com redução do desconforto e da morbidez, notabiliza-se pelos ganhos social e econômico, advindos do retorno rápido para as atividades habituais e do encurtamento da hospitalização. Em que pese o desenvolvimento tecnológico e científico, a realização dos procedimentos cirúrgicos, dos mais simples aos mais complexos, ainda envolve o conhecimento dos princípios fundamentais da técnica operatória.

O emprego da técnica correta de diérese, de hemostasia e da síntese das feridas, associado às condições ideais de profilaxia das infecções cirúrgicas e da cicatrização não pode ser subestimado em qualquer ato operatório, mesmo nas cirurgias minimamente invasivas. Resta, então, a tarefa de estudar, aperfeiçoar e reconfigurar os fundamentos das técnicas básicas, frente aos avanços científicos e tecnológicos recentes e desta forma ofertar aos pacientes o resultado cirúrgico esperado.

A seguir disponibilizamos um material de estudo fundamental com os princípios da técnica cirúrgica.

APOSTILA DE TÉCNICA CIRÚRGICA E CIRURGIA EXPERIMENTAL

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