Liderança Cirúrgica

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A capacidade de motivar, inspirar e influenciar pessoas é essencial na vida profissional do Cirurgião. A preocupação com o desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades relacionadas a LIDERANÇA  são fundamentais no Bloco Cirúrgico, uma vez que todo ato operatório apresenta uma tarefa bem definida, uma multiprofissional para realização de cada etapa do ato operatório e um resultado esperado por parte do paciente e seus familiares. Contudo o paciente é único em suas expectativas e resposta orgânicas ao ato operatório e os eventos adversos, relacionados ou não ao ato operatório, precisam ser gerenciados pelo Cirurgião Chefe da equipe.

Desta forma os princípios aqui apresentados associados ao comprometimento, entusiasmo e determinação são ferramentas essenciais na formação e na vida profissional do cirurgião, pois a liderança mais eficaz neste meio é através do exemplo. As atitudes do Cirurgião além de servir de espelho serão a melhor forma de motivar, inspirar e influenciar os demais membros da equipe cirúrgica, pois na realização do seu ofício exerce, mesmo sem perceber, o papel de líder sendo além disso o representante legal do paciente dentro do bloco  cirúrgico. Os alicerces da liderança são:

– Autoconhecimento: conheça seus pontos fortes e os que precisam ser melhorados, seus dons e talentos, habilidades e competências. O ato cirúrgico não existe espaço para improvisos ou condutas duvidosas,  a cirurgia termina no momento que o cirurgião tem a certeza de ter feito seu melhor para o paciente.

– Flexibilidade:  Aqui esta a importância dos cirurgiões auxiliares na cirurgia. Respeitar as opiniões e ideias divergentes das suas, saber ouvir e compreender o posicionamento dos demais membros da equipe cirúrgica só são possíveis através do respeito e da confiança mútua. Aqui não há lugar para perdedores ou ganhadores, o que está em jogo é o melhor resultado para o paciente.

– Controle e inteligência emocional: saber lidar com as emoções e não deixar que elas atrapalhem o desempenho profissional e pessoal só será possível através de um treinamento técnico sólido, adquirido geralmente ao longo das várias etapas de formação de um cirurgião (estágio, residência médica e pós-graduação).

– Boa comunicação: a comunicação é a base das relações humanas. A clareza e a objetividade na comunicação dentro da sala operatória são fundamentais. Neste espaço do hospital o cirurgião adentra a morada da alma (o corpo humano) dos pacientes, desta forma um momento solene até no falar.

– Bons relacionamentos: A habilidade de trabalhar em equipe e manter relacionamentos saudáveis e construtivos dentro da equipe cirúrgica, torna o ambiente mais calma e desta forma todas as atenções estarão voltadas ao paciente. Lembrando que membros de equipe cirúrgicas serão os futuros líderes do amanhã e o exemplo do cirurgião para estas novas gerações jamais deverá ser esquecido no seu dia a dia.

– Resiliência: As adversidades são momentos de reflexão importantes. O erro ensina e a derrota fortalece aquele que aprende com ela, o maior alerta que fica aqui: APRENDA COM O ERRO DOS OUTROS.

No dia a dia, é comum nos depararmos com situações difíceis, imprevistos e problemas que parecem não ter solução. Estes obstáculos que surgem no caminho podem dificultar a realização de nossos objetivos, porém, não devem, de forma alguma, nos fazer desistir deles. Ao contrário, devem ser encarados como oportunidades para superar limites e buscar novas ideias e maneiras de alcançá-los. Segue a transcrição do poema utilizado no Serviço de Pós-Graduação da Clínica Cirúrgica da UFPR na época da realização da nossa Residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo:

A vontade é um meio: quem quer faz, quem não quer apenas justifica.

Quem quer encontra o meio, quem não quer sabe a explicação.

Quem quer faz o sacrifício valer a pena.

Quem não quer dita o impedimento que alivia a consciência.

Quem não quer faz da restrição a proibição, de um limite, a decisão.

Quem quer toma a decisão pelo resultado que será atingido.

Quem não quer decide com base na dificuldade oportunamente encontrada.

O que é difícil para um é estímulo para o outro.

O que é sacrifício para um é empenho para o outro.

O desafio muda, para um e para outro, irritante ou excitante, obstáculo ou oportunidade. Quem quer aceita, insiste.

Quem não quer recua, desiste.

O que move o homem é o seu GRANDE desejo.

Pequenos desejos têm a vida tão curta quanto a caminhada de quem os deseja.

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