10 Princípios da RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
A necessidade de tratamento cirúrgico é algo que sempre tem conotação ameaçadora para o paciente e familiares. A possibilidade de dor, mutilação ou complicações constitui uma ameaça real ou fantasiosa, mesmo em situações desejáveis, como a correção de malformações, o aperfeiçoamento estético, os partos e outras eventualidades nas quais não exista doença. A anestesia em suas várias modalidades é outro evento preocupante. A lembrança de maus resultados vem sempre a mente quando uma intervenção cirúrgica é cogitada. Nos últimos anos, o progresso tecnológico que atingiu a medicina tem sido extremamente exaltado pela mídia. Este fato tem levado a população leiga à falsa impressão de que a medicina e os médicos são capazes de resolver todas as situações. Quando ocorre reversão desta expectativa fala-se em “erro médico”. Para que não se cometa injustiça, este tema deve ser discutido pela sociedade como um todo, e não somente por setores que vêem nele a possibilidade de auferir lucros. Infelizmente, em lugar de uma análise consequente, tem sido comum denegrir a imagem do médico, atribuindo-lhe responsabilidade exclusiva por todas as falhas do sistema de saúde. Os maus resultados profissionais, comuns em todas as profissões, são “imperdoáveis” em medicina, na visão de pessoas que insistem em elevar os médicos à categoria de “infalíveis”, esquecendo-se de que a medicina e os médicos têm compromisso apenas com os meios adotados para a recuperação dos pacientes, e nunca com os resultados. Com o objetivo de fortalecer o relacionamento médico/paciente em clínica cirúrgica e prevenir insatisfações e petições judiciais, seguem-se algumas sugestões que eventualmente podem ser úteis:
1ª. Jamais ceder às pressões de serviços de saúde que visem impor a mentalidade de “linha de produção”, exigindo o “atendimentos” em série dos pacientes. Nessas circunstâncias não sobra tempo para um relacionamento afetivo e efetivo e este é, sem dúvida, o primeiro passo para acusações injustas ou descabidas diante de adversidades;
2ª. Esclarecer ao paciente e ou aos familiares todos os pormenores do ato cirúrgico. As informações devem ser claras, em linguagem simples e acessível, evitando termos técnicos incompreensíveis. Deve-se entrar em detalhes sobre a operação proposta, suas conseqüências e seus riscos; Conduzir com competência o pré-operatório, lembrando que, na avaliação do paciente, é indispensável o exame clínico completo.Os especialistas que se sentirem inseguros em relação ao mesmo devem solicitar o parecer de um clínico ou internista acostumado a fazê-lo; Lembrar que a avaliação do risco cirúrgico é muito mais abrangente do que o simples exame cardiológico. Existem riscos aumentados também em relação aos outros sistemas e aparelhos. Não negligenciar a avaliação psicológica do paciente; Em relação aos exames subsidiários pré-operatórios, lembrar que existe um consenso na literatura médica que vai desde a sua não realização em casos selecionados, até a sua realização fundamentada no exame clínico e em parâmetros como vulto da intervenção, idade e sexo. Em jovens do sexo masculino, sadios, com exame clínico normal, é perfeitamente justificável não realizar exames complementares em intervenções de pequeno e médio porte;
3ª. Nas intervenções com objetivos estéticos, analisar cuidadosamente as expectativas do paciente em relação aos resultados. Verificar senão são excessivamente fantasiosas, em busca somente de ganhos afetivos. Nestes casos, é freqüente que a não consumação dos mesmos se reverta em sentimen-tos negativos em relação ao cirurgião, que pode torna-se o único “culpado”; Jamais garantir resultados ou minimizar o risco. Em relação ao risco, é compreensível que o paciente e familiares não queiram falar ou ouvir sobre o mesmo. Ainda assim, o profissional deve ter habilidade suficiente para abordar o assunto sem atemorizar ou gerar pânico, porém sem omitir a verdade;
4ª. Na avaliação do risco cirúrgico é indispensávela participação do anestesiologista. A esse profissional compete a avaliação do risco anestésico. O tipo de anestesia não deve ser imposto pelo cirurgião e sim discutido como anestesiologista, respeitando sempre sua indicação ou contra-indicação. A avaliação anestesio-lógica nas situações eletivas deve ser realizada em consulta especializada antes da internação hospitalar. É desejável que o paciente conheça, com antecedência,seu anestesiologista; Alertar o paciente sobre a possibilidade de ocorrências imprevisíveis durante a intervenção cirúrgica. Esclarecer que as mesmas poderão alterar o planejamento cirúrgico e exigir mudanças técnicas ou táticas que, por sua vez, poderão implicar novos desdobramentos, como aumento da permanência hospitalar, maior risco ou maiores custos;
5ª. Lembrar que, salvo em situações de emergência e urgência declaradas, é facultado ao cirurgião usar os dispositivos do parágrafo primeiro do artigo 61 do Código de Ética Médica, ou seja, deixar de operar o paciente com o qual não foi possível estabelecer um relacionamento de confiança recíproca. Nesta situação é necessário garantir a transferência do paciente para outro profissional, que deverá ser informado
sobre os detalhes do caso;
6ª. Diante da possibilidade de futuras incompreensões, queixas ou petições, não hesitar em solicitar ao paciente ou a seu responsável legal a assinatura de um “Termo de Consentimento Esclarecido”, que deverá também ser assinado por duas testemunhas não envolvidas no caso;
7ª. Não deixar de preencher corretamente o prontuário ou a ficha clínica do paciente, na qual deverão constar os dados referentes ao exame clínico, aos exames subsidiários, especificando os resultados, o local e data em que foram realizados e aos esclarecimentos prestados;
8ª. Descrever com detalhes o ato cirúrgico. Caso haja material a ser encaminhado para exame anatomopatológico, preencher o laudo de encaminhamento e cientificar-se de que o material foi corretamente acondicionado e identificado;
9ª. Conduzir o pós-operatório anotando as datas e os horários das visitas médicas, bem como todas as providências tomadas. No momento da alta, reavaliar o paciente e registrar as recomendações em relação ao acompanhamento ambulatorial. Estas sugestões se prestam a qualquer tipo de tratamento cirúrgico. O tempo gasto ao adotá-las é altamente recompensado e pode evitar futuros dissabores e danos morais e ou financeiros para o cirurgião e equipe.
10ª.Lembrar que pacientes emocionalmente instáveis,neuróticos ou psicóticos são maus candidatos às intervenções cirúrgicas. Nestes casos impõem-se medidas suporte conduzidas por especialista na área. A apreensão diante das intervenções cirúrgicas é absolutamente normal. Ao contrário, o total destemor deve ser motivo de suspeita a cerca da integridade emocional do paciente;
O aspecto ético na relação médico paciente, acima de valores ou conceitos morais, pressupõe respeito mútuo entre ambas as partes, para que o produto final seja o melhor possível, a manutenção da saúde e da vida. O médico, como qualquer outro profissional, deve seguir preceitos éticos e legais. Não deve, sob pena de processos e punição, incorrer em desvios de conduta como imperícia, imprudência e negligência. Para o bom exercício da medicina é fundamental o bom preparo cognitivo, técnico, afetivo e moral. No caso particular do ato cirúrgico, o cirurgião deve ser eclético, dominar as várias técnicas cirúrgicas e conhecer suas vantagens e desvantagens, para empregar a mais adequada para cada situação em particular e assim melhor beneficiar seus pacientes.
The General Surgery Job Market
There is a current shortage of general surgeons nationwide. A growing elderly population and ongoing trends toward increased health care use have contributed to a higher demand for surgical services, without a corresponding increase in the supply of surgeons. The number of general surgeons per 100,000 people in the United States declined by 26% from the 1980s to 2005. Cumulative growth in demand for general surgery is projected to exceed 25% by 2025. The Association of American Medical Colleges has projected a shortage of 41,000 general surgeons by 2025. General surgeons make up 33% of the total projected physician shortage, the second highest after primary care physicians, who make up 37% of the total shortage. Despite the demand for general surgeons, the percentage of general surgery trainees going directly into practice is decreasing while the percentage of trainees pursuing subspecialty training is increasing. A recent study reported that graduating residents who lacked confidence in their skills to operate independently were more likely to pursue subspecialty training. This suggests that some graduating residents are motivated to obtain subspecialty training to gain more experience rather than narrow their clinical scope of practice. Given the projected shortage of general surgeons, this will be a crucial distinction when reforming surgical education. General surgery trainees interested in career planning would benefit from understanding the demand for general and/or specialty skills in a job market heavily influenced by a constant stream of new graduates. However, little is currently known about the demand for subspecialty vs general surgical skills in the current job market. The goal of this study was to describe the current job market for general surgeons in the United States, using Oregon and Wisconsin as surrogates. Furthermore, we sought to compare the skills required by the job market with those of graduating trainees with the goal of gaining insight that might assist in workforce planning and surgical education reform.