Anatomia Cirúrgica da REGIÃO INGUINAL
A hérnia inguinal é uma condição comum que ocorre quando um órgão abdominal protraí através de uma fraqueza na parede abdominal na região abdominal. O orifício miopectineal é a principal área de fraqueza na parede abdominal onde a hérnia inguinal pode se desenvolver. O conhecimento da anatomia da parede abdominal é importante para entender a patofisiologia da hérnia inguinal e para ajudar no diagnóstico e tratamento dessa condição médica comum.
A Arte da Anatomia (EBook)
Desde a Antiguidade, os médicos, anatomistas e artistas se dedicaram a descrever e representar o corpo humano, por meio de desenhos, pinturas, esculturas e outras formas de representação artística. Com o passar dos séculos, houve uma evolução significativa na forma como as ilustrações anatômicas eram produzidas, desde as primeiras representações rudimentares até as ilustrações altamente detalhadas e realistas que temos hoje.
Boa Leitura!!!
A Anatomia na obra de MICHELANGELO
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) foi um artista italiano do Renascimento, considerado um dos maiores gênios da história da arte ocidental. Nascido em uma família modesta de Florença, Michelangelo começou sua carreira artística aos 13 anos, como aprendiz na oficina de um pintor renomado. Logo se destacou por seu talento e foi contratado por diversos patronos importantes, que o apoiaram em seus primeiros projetos. Michelangelo é famoso por suas esculturas em mármore, como a “Pietà” e o “David”, e pelos afrescos que decoram a Capela Sistina, no Vaticano. Além disso, ele também foi um pintor, arquiteto e poeta prolífico, deixando um legado impressionante de obras de arte em diferentes meios. Ao longo de sua vida, Michelangelo trabalhou para vários patronos importantes, incluindo os papas Júlio II e Paulo III, e foi um dos artistas mais requisitados da sua época. Ele também era conhecido por sua personalidade forte e teimosia, o que às vezes o colocava em conflito com seus clientes e colegas. Além de seu talento artístico, Michelangelo também se destacou como estudioso da anatomia humana, realizando dissecações de cadáveres para aprimorar sua compreensão da estrutura do corpo humano. Seus estudos de anatomia foram uma contribuição significativa para a compreensão da ciência médica na época. Chegando a falecer aos 88 anos em Roma, deixando um legado duradouro de obras de arte que ainda hoje são estudadas e admiradas em todo o mundo.
ESTUDOS ANATÔMICOS
Michelangelo obteve os cadáveres para estudar anatomia por meio da dissecação de corpos de condenados à morte, que eram fornecidos a ele pelo Hospital de Santa Maria Nuova, em Florença. Naquela época, a dissecação de corpos humanos era proibida pela Igreja Católica, por ser considerada uma violação do corpo humano, e era punida com a excomunhão. No entanto, em Florença, havia uma exceção: a dissecação era permitida para fins de ensino médico. De acordo com registros históricos, Michelangelo iniciou seus estudos de anatomia no início dos anos 1500, quando tinha cerca de 25 anos de idade. Ele trabalhou em segredo, dissecando cadáveres em uma sala alugada próxima ao Hospital de Santa Maria Nuova, acompanhado apenas por um ajudante de confiança. Segundo relatos, Michelangelo teria realizado pelo menos duas dissecações completas, uma de um homem e outra de uma mulher.
Acredita-se que Michelangelo tenha estudado os cadáveres por um período de cerca de 18 meses. Durante esse tempo, ele fez centenas de desenhos e anotações, registrando detalhadamente os órgãos, ossos e músculos do corpo humano. Esses estudos foram uma contribuição significativa para a compreensão da anatomia humana na época. É importante notar que, apesar de ter sido uma prática comum na época, a dissecação de cadáveres para fins de estudo médico era vista com desconfiança pela sociedade em geral e era considerada imoral. Além disso, os corpos usados eram geralmente de pessoas marginalizadas ou criminosos, o que aumentava o estigma em torno da prática. No entanto, graças aos esforços de Michelangelo e outros estudiosos da época, a anatomia humana passou a ser vista como uma ciência importante e legítima, abrindo caminho para avanços significativos no campo da medicina.
TRABALHOS ANATÔMICOS
Michelangelo deixou poucas obras anatômicas concluídas, uma das fontes históricas mais importantes que mostram a sua compreensão da anatomia humana é um conjunto de desenhos anatômicos que ele criou durante seu estudo para produção de algumas obras de arte. Esses desenhos foram feitos por Michelangelo durante sua estadia em Florença, no início do século XVI. Eles mostram detalhes precisos da anatomia humana, incluindo músculos, ossos e órgãos internos. Estes desenhos são considerados uma das maiores contribuições de Michelangelo para o estudo da anatomia humana. As principais obras de caráter anatômico deixadas por Michelangelo foram:
- “Estudo para a Leda e o Cisne” – Um desenho a carvão que retrata uma figura feminina em uma pose que permite visualizar a musculatura das costas, braços e pernas.
- “Estudo para o Braço Direito da Leda e o Cisne” – Outro desenho a carvão que mostra em detalhes a musculatura do braço direito da figura feminina.
- “Desenho da Cabeça de Lutador” – Um desenho que mostra a anatomia detalhada da cabeça e do pescoço de um lutador, incluindo músculos e tendões.
- “Anatomia dos Músculos da Perna” – Um desenho a carvão que mostra a musculatura da perna em diferentes ângulos, com atenção especial aos músculos da panturrilha.
- “Anatomia da Cabeça” – Uma série de desenhos que mostram diferentes aspectos da anatomia da cabeça, incluindo a musculatura da face e do crânio.
- “Anatomia do Braço” – Outra série de desenhos que mostram a musculatura do braço em diferentes ângulos, com atenção especial aos músculos do antebraço.
Embora Michelangelo não tenha publicado nenhum trabalho anatômico durante sua vida, seus desenhos foram muito valorizados por médicos e estudiosos da anatomia da época e serviram de referência para o desenvolvimento posterior da anatomia humana.
A ANATOMIA DA ARTE
Existem vários segredos anatômicos escondidos na obra de Michelangelo, especialmente em suas obras menos conhecidas, como seus desenhos anatômicos. Aqui estão alguns exemplos:
- Músculos e Veias
Michelangelo foi um mestre em retratar músculos e veias com grande precisão. Em muitas de suas esculturas, ele retrata os músculos e veias de maneira que parecem estar saltando para fora da pele. Ele também era conhecido por retratar veias de maneira exagerada em certas partes do corpo, como nos braços e pernas. Em suas obras de arte, Michelangelo frequentemente destacava a musculatura para enfatizar a força e a energia dos personagens retratados.
- Ossos
Michelangelo também tinha uma compreensão profunda da estrutura óssea humana. Ele era capaz de retratar ossos com grande precisão, especialmente em suas esculturas. Em suas obras mais conhecidas, como “David”, ele retrata a estrutura óssea do personagem de maneira tão realista que é possível identificar cada osso individualmente.
- Órgãos Internos
Além de retratar a musculatura, veias e ossos, Michelangelo também era conhecido por retratar os órgãos internos do corpo humano. Seus desenhos anatômicos incluem detalhes precisos dos órgãos internos, como o coração, pulmões e estômago. Esses desenhos são considerados uma das maiores contribuições de Michelangelo para o estudo da anatomia humana.
- Detalhes Ocultos
Em algumas de suas obras de arte, Michelangelo incluiu detalhes anatômicos ocultos que só podem ser vistos por meio de análise minuciosa. Por exemplo, em sua escultura “Moisés”, ele retrata uma protuberância embaixo da barba do personagem que muitos acreditam ser uma nodulação. Essa observação só foi possível com a ajuda de modernas técnicas de análise de imagem. Outra obra de Michelangelo que mostra sua compreensão da anatomia humana é o túmulo do Papa Júlio II. O túmulo inclui várias figuras retratadas com grande precisão anatômica, incluindo os músculos, veias e ossos. Embora a obra tenha sido concebida como um monumento funerário, a precisão anatômica é tão impressionante que muitos estudiosos acreditam que Michelangelo pode ter usado sua compreensão da anatomia humana para explorar temas mais profundos, como a mortalidade e a natureza da vida.
Em resumo, Michelangelo era um artista que possuía uma compreensão profunda da anatomia humana. Ele foi capaz de retratar a musculatura, veias, ossos e órgãos internos com grande precisão em suas obras de arte. Além disso, ele incluiu detalhes anatômicos ocultos que só podem ser vistos por meio de uma análise minuciosa. A obra de Michelangelo é uma rica fonte de conhecimento anatômico e continua a nos inspirar os dias de hoje.
“A anatomia é a ciência que nos ensina a conhecer a natureza do homem, e é indispensável para quem quer entender a arte de curar.” – Hippocrates, médico grego considerado o pai da medicina ocidental.
Aula de Anatomia do Dr Nicolaes Tulp (1632)
O valor da obra “A Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” é incalculável, pois ela pertence ao acervo do Mauritshuis, em Haia, na Holanda, e é considerada uma das mais importantes e valiosas obras do museu. Além disso, a pintura é uma das mais famosas obras de Rembrandt e uma das mais importantes do período Barroco holandês. Por isso, é considerada uma obra-prima da arte ocidental e tem um valor histórico, artístico e cultural inestimável. Embora não haja um valor monetário exato para a pintura, pode-se dizer que é uma das obras mais valiosas e procuradas do mundo da arte, tanto pelo seu significado histórico quanto pela sua qualidade artística.
“A Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” é uma pintura a óleo sobre tela, criada por Rembrandt van Rijn em 1632. A obra mede 169,5 cm x 216,5 cm e está atualmente exposta no Mauritshuis, em Haia, na Holanda. A composição da pintura apresenta um grupo de homens em torno de uma mesa de dissecação, liderados pelo médico Nicolaes Tulp, que está realizando uma demonstração de anatomia. O corpo sendo dissecado é o de um criminoso enforcado chamado Aris Kindt. A composição apresenta uma disposição simétrica e organizada das figuras em torno da mesa, com Tulp no centro da imagem.
A luz na pintura é focada no corpo sendo dissecado, destacando-o em relação ao fundo escuro da sala. A técnica de chiaroscuro usada por Rembrandt acentua o realismo e o drama da cena. As figuras são pintadas em tons de marrom, cinza e preto, com destaques de branco. A obra apresenta detalhes precisos e realistas da anatomia do corpo, bem como das ferramentas médicas utilizadas na dissecação. O corpo do criminoso apresenta uma ferida na cabeça e uma perna amputada, o que sugere que ele pode ter sido executado por um crime violento.
No canto inferior direito da pintura, há um livro aberto com o título “Spiegel der Konst” (“Espelho da Arte”), um tratado de anatomia escrito por Adriaan van de Spiegel e utilizada pelos médicos da época. Em geral, a “Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” é uma obra-prima devido à sua técnica precisa e detalhada, bem como à sua habilidade em transmitir um senso de realismo e drama. A pintura é considerada uma das obras mais importantes do período Barroco holandês e é frequentemente citada como um exemplo do estilo de pintura de Rembrandt.
A seguir estão algumas das características artísticas e estéticas da obra:
- Composição: A pintura apresenta uma composição equilibrada e organizada, com as figuras dos membros da guilda cirúrgica em torno da mesa de dissecação centralizada.
- Luz e Sombra: Rembrandt usa uma técnica conhecida como chiaroscuro, ou contraste entre luz e sombra, para dar profundidade e dimensão à cena. A luz focaliza no cadáver e no médico principal, destacando-os do fundo escuro.
- Realismo: A pintura é altamente realista, mostrando detalhes precisos das ferramentas cirúrgicas, do cadáver e das expressões dos personagens.
- Cores: O uso limitado de cores em tons de marrom e cinza dá à pintura uma atmosfera austera e solene.
- Simbolismo: A pintura inclui vários elementos simbólicos, como a presença de uma coruja, que representa sabedoria, e a posição da mão do cadáver, que simboliza a morte.
- Técnica: A pintura foi executada com uma técnica de pincelada solta e fluida, que enfatiza a textura e a superfície da pintura.
Em geral, a “Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” é considerada uma obra-prima devido à sua habilidade técnica e sua capacidade de transmitir um senso de realismo e drama. A pintura é considerada uma das obras mais importantes do período Barroco holandês e é frequentemente citada como um exemplo do estilo de pintura de Rembrandt.
Not Only SURGEONS
SURGERY, A NOBLE PROFESSION
Surgery is, indeed, one of the noblest of professions. Here is how Dictionary defines the word noble: 1) possessing outstanding qualities such as eminence, dignity; 2) having power of transmitting by inheritance; 3) indicating superiority or commanding excellence of mind, character, or high ideals or morals. These three attributes befit the profession of surgery. Over centuries, the surgical profession has set the standards of ethical and humane practice. Surgeons have made magnificent contributions in education, clinical care, and science. Their landmark accomplishments in surgical science and innovations in operative technique have revolutionized surgical care, saved countless lives, and significantly improved longevity and the quality of human life. Generations of surgeons have developed their craft and passed it on to succeeding generations, as they have to me and to each one of you, to take into the future.
Beyond its scientific and technical contributions, surgery is uniquely fulfilling as a profession. It has disciplined itself over the centuries and dedicated its practice to the best welfare of all human beings. In return, it has been accorded the respect of society, of other professions, and of policy makers. Its conservative stance has served it well and has been the reason for its constancy and consistency. At the beginning of the 21st century, however, profound changes are taking place at all levels and at a dizzying pace, providing both challenges and opportunities to the surgical profession. These changes are occurring on a global level, on the national level, in science and technology, in healthcare, and in surgical education and practice.
To retain its leadership position in innovation and its attractiveness as a career choice for students, surgery must evolve with the times. It is my belief that surgery needs to introduce changes to create new priorities in clinical practice, education, and research; to increase the morale and prestige of surgeons; and to preserve general surgery as a profession. I am reminded of a Chinese aphorism that says, “You cannot prevent the birds of unhappiness from flying over your head, but you can prevent them from building a nest in your hair.”
ADVANCES IN SCIENCE
The coalescence of major advances in science and technology made the end of the 20th century unique in human history. Notable among the achievements are the development of microchips and miniaturization, which fueled the explosion in information technology. The structure of the human genome is nearly completely elucidated, ushering in the genomic era in which genetic information will be used to predict, on an individual basis, susceptibility to disease and responsiveness to drug therapy. The field of nanotechnology allows scientists to work at a resolution of less than one nanometer, the size of the atom. By comparison, the DNA molecule is 2.5 nanometers.
In the last 50 years, biomedical research became increasingly reductionist, turning physiologists and anatomists into molecular biologists. As a result, two basic science fields—integrative physiology and gross anatomy—now have a lower standing in medical education and surgical science than they once did. Surgery and surgical departments can and possibly should claim these fields, but the window of opportunity is narrow. Research is now moving back from discipline-based reductionist science to multidisciplinary science of complexity, in which biomedical scientists work side by side with engineers, mathematicians, and bioinformatists. The ability of high-speed computers to quickly process tens of millions of pieces of data now allows for data-driven rather than hypothesis-based research. This collaboration among different disciplines has already been successful.
TRANSFORMATION OF HEALTHCARE SYSTEM
During the past 75 years, we have seen the entire healthcare system undergo a profound transformation. In the 1930s and for a considerable period thereafter, medical practice was fee-for-service, the doctor–patient relationship was strong, and the physician perceived himself or herself as being responsible nearly exclusively to his or her individual patients. The texture of medical practice started to change when the federal government became involved in the provision of healthcare in 1965. The committee on “Crossing the Quality Chasm” identified six key attributes of the 21st-century healthcare system. It must be:
- Safe, avoiding injuries to patients;
- Effective, providing services based on scientific knowledge;
- Patient-oriented, respectful of and responsive to individual patients’ needs, values, and preferences;
- Timely, reducing waits, eliminating harmful delays for both care receiver and caregiver;
- Efficient, avoiding wasted equipment, supplies, ideas, and energy;
- Equitable, providing equal care across genders, ethnicities, geographic locations, and socioeconomic strata;
No one knows at present what this 21st-century healthcare system will look like. While care in the old system was reactive, in the new system it will be proactive. The “find it, fix it” approach of the old system will be replaced by a “predict it, prevent it, and if you cannot prevent it, fix it” approach. Sporadic intervention, provided only when patients present with illness, will give way to a system in which physicians and other healthcare providers plan 1-, 5-, and 10-year care programs for each patient. Care will be more interactive, with patients taking a more important role in their own care. The technology-oriented system will become a system that provides graded intervention. Delivery systems will not be fractionated but integrated. Even more importantly, care will not be based simply on experience and clinical impression but on evidence of proven outcome measures. If the old system was cost-insensitive, the new system will be cost-sensitive.
SURGICAL PRACTICE
There are many reasons for the declining interest in general surgery, some of which parallel reasons for the drop in medical school applicants in general. One problem specific to surgery is that medical students are given less and less exposure to surgery, due to the shortening of required surgical rotations. Most important, however, is their perception that the life of the surgical resident is stressful, the work hours too long, and the time for personal and family needs inadequate. The workload of the surgical resident over the years has increased significantly both in amount and intensity, without concomitant increase in the number of residents and at a time when hospitals have significantly reduced the support personnel on the surgical ward and in the operating rooms. Students graduating with debts close to $100,000 simply find the years of training in surgery too long, followed by uncertain practice income after graduation.
From several recent studies, lifestyle is the critical and most pressing issue in surgical residency. Some studies have also shown that the best students tend to select specialties that provide controllable lifestyles, such as radiology, dermatology, and ophthalmology. We have a problem not only in the declining number of students applying for surgical training but also in the declining quality of those who do apply. In a preliminary survey of 153 responding general surgery programs, we found that attrition (i.e., categorical residents leaving the training programs) occurred at a rate of 13% to 19% in the last 5 years. In 2001, 46% of those leaving general surgery training programs cited lifestyle as the major reason.
Unless these trends are reversed, general surgery as a specialty is threatened, and a future shortage of general surgeons is inevitable. I know that the Council of the American Surgical Association is most concerned about the crisis in general surgery. We must do a better job of communicating to students and residents that the practice of surgery is as rewarding as ever and full of opportunities in this new era. Innovations in minimal access and computer-assisted surgery and simulation technology provide exciting new possibilities in surgical training. We must also look very carefully at the demands of surgical residency and improve the life of residents without compromising their surgical experience. Unless we deal with work hours and quality of life issues, we are likely to see continuing decline in the interest of medical students in surgical training.
CONCLUSIONS
In conclusion, the noble profession of surgery must rise to meet numerous challenges as the world in which it operates continues to undergo profound change. These challenges represent opportunities for the profession to develop an international perspective and a global outreach and to address the growing needs of an aging population undergoing major demographic and workforce shifts. The leadership of American surgery has a unique role to play in the formulation of a new healthcare system for the 21st century. This task will require commitment to quality of care and patient safety, and it will depend on harnessing the trust and support of the American public. Advances in science and technology—particularly in minimal access surgery, robotics, and simulation technology—provide unprecedented opportunity for surgeons to continue to make landmark contributions that will improve surgical care and the human condition. I believe it is also crucially important that we train surgeon-scientists who will keep surgery at the cutting edge in the genomic and bioinformatics era. Ours is a noble profession imbued with eminence, dignity, high ideals, and ethical values. It has a rich and proud heritage… and I quote, “The highest intellects, like the tops of mountains, are the first to catch and reflect the dawn.”
Source: Lecture from Haile T. Debas, MD (UCSF School of Medicine, San Francisco, California) Presented at the 122nd Annual Meeting of the American Surgical Association, April 25, 2002, The Homestead, Hot Springs, Virginia.
Ao Cadáver DESCONHECIDO
Hic locus est ubi mors gaudet succurrere vitae
“É este o lugar onde a morte se alegra de socorrer a vida”
Égide do respeito ao Cadáver no estudo da Anatomia Humana*.
A utilização do cadáver representa uma tríplice lição educativa:
- Instrutiva/Informativa: como meio de conhecimento da organização do corpo humano, procedendo ao estudo no vivo;
- Normativa/Disciplinadora: através do seu caráter metodológico e de precisão técnica da linguagem;
- Estético/Moral: pela natureza do material de estudo, o cadáver, e pelo método primeiro de aprendizado, a dissecção, que é experiência e trabalho repousante na contemplação da beleza e harmonia de construção do organismo humano.
Contudo e essencialmente, porém, lição de ética e de humildade, porque:
- Não é o cadáver, doado ou indigente, fato isolado da comunidade, mas seu reflexo, dela provindo. O cadáver que é o meio de aprendizado para adequada assistência do vivo, assim portanto tão importante para a sociedade como o é o paciente;
- Esses corpos sem vida são vivificados de forma reiteradas pelo calor da juventude estudiosa através do sentimento de gratidão; O cadáver, antes de tudo “um irmão em Humanidade, se entrega despojadamente ao conhecimento que proporciona aos futuros profissionais, de maneira anônima oriunda do jogo do acaso da vida;
- O cadáver anônimo ao receber este título – cadáver desconhecido – e assim ultrapassar o limite estreito de um nome e, despersonalizado, distribui elementos para o bem coletivo, sem ter conhecimento quer antes, durante ou depois de sua imolação, do seu destino a um tempo sublime e sagrado;
- O Cadáver desconhecido tudo oferece ao conhecimento sem nada haver recebido daquele que o estuda, que dá sem saber que dá e por isso, sem conhecer recompensa da gratidão e sem sentimento do valor da sua dádiva generosa, na mais nobre expressão de poderosa caridade universal;
- O cadáver que dissecado, desmembrado, simboliza outra forma de crucificação para o bem comum e marca o sentido profundamente humano da Medicina;
Portanto o nosso material de estudo transcende pois ao simples valor de meio e objeto de aprendizado; e nos fala em linguagem universal que nos educa na humildade da limitação humana. Eis porque na austeridade do ambiente do Laboratório de Anatomia a atitude física, mental e verbal do aluno deve ser de sobriedade, respeito, meditação e elevada compostura, manuseando as peças anatômicas com o mais profundo sentimento de respeito e carinho.
Nulla Medicina Sine Anatomia
“Ao curvar-te sobre o cadáver desconhecido…
lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e fitou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou, foi amado e também acalentou um amanhã feliz. Seu nome só Deus o sabe e agora nesta fria lousa, o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade numa última missão, ENSINAR.
Ó irmão ignoto que tivestes a morada do espirito, o seu corpo, perturbado em seu repouso imutável por nossas mãos ávidas de saber, apresentamos a ti o nosso respeito permanente e infindo AGRADECIMENTO.”
*Adaptação do texto original “Aula Inaugural”
Professor Renato Locchi (1896-1978) / Emérito de Anatomia Humana da Escola Paulista de Medicina.
História da Anatomia Humana
Atualmente, o conhecimento da anatomia se junta a um universo de outros conhecimentos que, não menos importantes, vão se somando e contribuindo de forma muito rápida para o desenvolvimento científico, para a melhoria da qualidade de vida e para a maior longevidade do ser humano. A anatomia e a medicina são ciências distintas, porém não há como separar a história de ambas. Estão ligadas intimamente e por muito tempo sendo que, na antiguidade, foram tratadas como uma só história. Ana, em partes; tome, cortar. O termo anatomia, de origem grega, significa “cortar em partes”. Antigamente referia-se ao ato de explorar as estruturas do corpo humano por uso de instrumentos cortantes como anatomizar, hoje substituído pela palavra dissecar. E foi a dissecção de cadáveres humanos que serviu como método de estudo para o entendimento da estrutura e função do corpo humano durante vários séculos. Devido ao incessante trabalho de centenas de anatomistas dedicados ao aprendizado e evolução do conhecimento acerca do corpo humano, e suas de funções, é que hoje nós, estudantes, podemos aprender e familiarizar com os termos anatômicos utilizados para designar cada estrutura dessa engenhosa “máquina” que é o ser humano. Grande parte dos termos que compõe a linguagem anatômica é de procedência grega ou latina. Latim era a língua do império romano, época em que o interesse nas descrições científicas foi cultivado. No passado, a anatomia humana era acadêmica, ciência puramente descritiva, interessada principalmente em identificar e dar nomes às estruturas do corpo. Embora a dissecção e descrição formem a base da anatomia, a importância desta, hoje, está em sua abordagem funcional e nas aplicações clínicas, de forma a entender o desempenho físico e a saúde do corpo.
Ebook: Princípios da Anatomia Topográfica
Os conceitos fundamentais da Anatomia Topográfica Humana através do estudo das regiões anatômicas com maior relevância Médico-Cirúrgica. Agora com amplo material multimídia disponibilizado através de acesso on-line dentro do livro e com isso creditamos que este trabalho será útil como mais uma ferramenta didática na preparação profissional dos estudantes de Medicina.
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