Arquivos Mensais: março \04\-03:00 2019

Surgical management of GASTRIC CANCER

Laparoscopic versus Open gastrectomy

Surgery is the only curative therapy for gastric cancer but most operable gastric cancer presents in a locally advanced stage characterized by tumor infiltration of the serosa or the presence of regional lymph node metastases. Surgery alone is no longer the standard treatment for locally advanced gastric cancer as the prognosis is markedly improved by perioperative chemotherapy. The decisive factor for optimum treatment is the multidisciplinary team specialized in gastric cancer. However, despite multimodal therapy and adequate surgery only 30% of gastric cancer patients are alive at 3 years.

Principles

The same principles that govern open surgery is applied to laparoscopic surgery. To ensure the same effectiveness of laparoscopic gastrectomy (LG) as conventional open gastrectomy, all the basic principles such as properly selected patients, sufficient surgical margins, standardized D2 lymphadenectomy, no-touch technique, etc., should be followed.

Indications

LG may be considered as a safe procedure with better short-term and comparable long-term oncological results compared with open gastrectomy. In addition, there is HRQL advantages to minimal access surgery. There is a general agreement that a laparoscopic approach to the treatment of gastric cancer should be chosen only by surgeons already highly skilled in gastric surgery and other advanced laparoscopic interventions. Furthermore, the first procedures should be carried out during a tutoring program. Diagnostic laparoscopy is strongly recommended as the first step of laparoscopic as well as open gastrectomies. The advantage of early recovery because of reduced surgical trauma would allow earlier commencement of adjuvant chemotherapy and the decreased hospital stay and early return to work may offset the financial costs of laparoscopic surgery.

The first description of LG was given by Kitano, Korea in 1994 and was initially indicated only for early gastric cancer patients with a low-risk lymph node metastasis. As laparoscopic experience has accumulated, the indications for LG have been broadened to patients with advanced gastric cancer. However, the role of LG remains controversial, because studies of the long-term outcomes of LG are insufficient. The Japanese Gastric Cancer Association guidelines in 2004 suggested endoscopic mucosal resection or endoscopic submucosal dissection for stage 1a (cT1N0M0) diagnosis; patients with stage 1b (cT1N1M0) and cT2N0M0) were referred for LG. Totally laparoscopic D2 radical distal gastrectomy using Billroth II anastomosis with laparoscopic linear staplers for early gastric cancer is considered to be safe and feasible. Laparoscopy-assisted total gastrectomy shows better short-term outcomes compared with open total gastrectomy in eligible patients with gastric cancer.

There was a significant reduction of intraoperative blood loss, a reduced risk of postoperative complications, and a shorter hospital stay. Western patients are relatively obese and there is an increased risk of bleeding if lymphadenectomy is performed. LG is technically difficult in the obese than in the normal weight due to reduced visibility, difficulty retracting tissues, dissection plane hindered by adipose tissue, and difficulty with anastomosis. Open gastrectomy is thus preferable for the obese. However, obesity is not a risk factor for survival of patients but it is independently predictive of postoperative complications. Careful approach is being needed, especially for male patients with high body mass index.

Robotic surgery

Robotic surgery will become an additional option in minimally invasive surgery. The importance of performing effective extended lymph node dissection may provide the advantage of using robotic systems. Such developments will improve the quality of life of patients following gastric cancer surgery. A multicenter study with a large number of patients is needed to compare the safety, efficacy, value (efficacy/cost ratio) as well as the long-term outcomes of robotic surgery, traditional laparoscopy, and the open approach.

Classroom: Surgical Management of Gastric Cancer

A especialização e a busca pela excelência

 

TheSurgeon_Club

“Onde quer que a arte de curar é amada, também há um amor pela humanidade.” — Hipócrates

A especialização em órgãos e o volume de casos têm sido temas centrais nos últimos anos, revelando uma relação direta entre alto volume de procedimentos e melhores desfechos, conforme evidenciado pela literatura recente. Estudos mostram que a concentração de procedimentos de alto risco, como esofagectomias, pancreatectomias e ressecções hepáticas, em centros especializados pode reduzir significativamente a mortalidade pós-operatória anual. Embora procedimentos como tireoidectomias e ressecções do cólon mostrem um efeito semelhante, mas em menor escala, a redução da mortalidade pós-operatória em 5% pode ser tão eficaz quanto tratamentos adjuvantes tóxicos e deve ser uma prioridade na busca pela mais alta qualidade em cirurgia oncológica e digestiva. Além da redução da morbidade e mortalidade, há evidências de que a especialização pode levar a melhores resultados funcionais e financeiros. Às vezes, a atenção excessiva aos números anuais obscurece o fato de que hospitais menores, com equipes dedicadas, também podem alcançar bons resultados. É provável que não apenas o volume, mas também o treinamento e a especialização resultem em melhores desfechos. Definir um número absoluto de casos pode ser improdutivo e desviar a atenção de fatores essenciais, como reuniões multidisciplinares organizadas, infraestrutura adequada e disponibilidade de técnicas modernas.

O Foco na Otimização do Processo

O foco deve ser direcionado para a análise e otimização de todo o processo de diagnóstico e tratamento, já que este processo pode colocar o paciente em grave risco, especialmente durante o período hospitalar. A prevenção de erros tem recebido atenção significativa, levando ao surgimento do conceito de segurança do paciente. Desde a publicação do relatório To Err Is Human pelo Institute of Medicine, a abordagem para erros mudou drasticamente.

Em vez de focar exclusivamente no indivíduo, a abordagem sistêmica considera as condições em que as pessoas trabalham e tenta construir defesas para mitigar os efeitos dos erros. O modelo de queijo suíço ilustra bem essa abordagem: várias camadas de defesa, cada uma com suas falhas, são colocadas em torno de um procedimento. As falhas ativas e condições latentes criam buracos em cada camada. Em vez de apenas fechar os buracos na última camada de defesa, redesenhar o processo e fechar um buraco em uma camada anterior pode ser mais eficaz.

A análise de causa raiz é essencial para identificar pontos fracos no procedimento. Um exemplo é a colocação incorreta de uma colostomia após uma resseção abdominoperineal. Em vez de culpar o residente por não selecionar a posição correta durante a cirurgia ou marcar o ponto errado no dia anterior, uma solução mais eficaz seria o treinamento adequado do junior ou a marcação do ponto certo por um terapeuta de estomas durante a clínica ambulatorial.

A marcação do local correto no corpo tornou-se uma medida de segurança e o paciente deve ser instruído a exigir essa prática para sua própria segurança. É crucial eliminar a cultura de ‘culpa e vergonha’ e promover um ambiente mais aberto, onde erros e quase erros possam ser relatados. O clima de segurança em um departamento cirúrgico pode ser medido de forma validada e é um elemento essencial para uma cultura onde a segurança do paciente possa prosperar.

O Cuidado com os Detalhes e a Otimização de Resultados

A atenção meticulosa a cada detalhe durante o período pré-operatório e clínico pode reduzir eventos adversos. O que é chamado de “primeira vez em risco” deve ser considerado. Há também exemplos de ações para otimizar resultados que são mais específicas para o câncer. Por exemplo, o uso de técnicas que estimulam a cicatrização de feridas após uma resseção abdominoperineal, como a omentoplastia ou o retal abdominal flap, pode evitar atrasos no tratamento adjuvante para câncer retal.

A atenção cuidadosa à cicatrização de feridas em sarcoma pode evitar o adiamento da necessária radioterapia adjuvante. Omissão de uma tomografia computadorizada com contraste contendo iodo no diagnóstico de câncer de tireoide pode possibilitar um tratamento radioativo com iodo mais precoce, resultando em possíveis melhores resultados. A coleta de um número suficiente de linfonodos em câncer de cólon pode evitar discussões sobre a indicação de quimioterapia adjuvante.

A maioria dos exemplos de segurança do paciente no período clínico está relacionada ao uso ótimo de tratamento multimodal ou aos efeitos gerais da cirurgia. Às vezes, é necessário equilibrar o risco de aceitar um procedimento cirúrgico mais extenso, com uma morbidade mais alta, para alcançar um melhor resultado a longo prazo. O oposto também é possível, quando um bom resultado de curto prazo de uma excisão local em câncer retal deve ser equilibrado com uma maior taxa de recorrência local. A garantia de qualidade para todas as disciplinas participantes (diagnósticas e terapêuticas) é um elemento chave na configuração de ensaios clínicos prospectivos e randomizados.

“A prática é a maior professora, e o mais sábio cirurgião é aquele que aprende a valorizar o conhecimento não apenas pela sua acumulação, mas pela sua aplicação.” — William Osler