A comunicação eficaz é um pilar fundamental na prática médica, especialmente no campo da cirurgia digestiva. Estudos recentes mostram que falhas de comunicação contribuem para até 70% dos eventos adversos em ambiente hospitalar. No Brasil, estima-se que erros médicos sejam responsáveis por cerca de 100 mil mortes anuais, segundo dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Este artigo explorará como princípios de comunicação assertiva podem ser aplicados no contexto cirúrgico, visando melhorar resultados e segurança do paciente.
A comunicação assertiva no ambiente cirúrgico vai além da simples transmissão de informações. Ela envolve clareza, objetividade e a capacidade de garantir que as mensagens sejam corretamente compreendidas e executadas. Alguns princípios fundamentais incluem:
- Clareza nas instruções: Utilizar linguagem precisa e evitar ambiguidades.
- Tom de voz adequado: Manter um tom firme, porém sempre respeitoso.
- Sequenciamento apropriado: Fornecer informações em ordem lógica e priorizada.
- Verificação de compreensão: Certificar-se de que as instruções foram entendidas corretamente.
No contexto específico da cirurgia digestiva, a comunicação assertiva é crucial em diversos momentos:
- Briefing pré-operatório: Discutir detalhadamente o plano cirúrgico com toda a equipe, checando os aspectos cruciais do procedimento, principais eventos adversos associados, aspectos clínicos específicos do paciente e ratificação da estrutura logística (hemoderivados, opmes e reserva de leitos de unidade terapia intensiva);
- Durante o procedimento: Manter comunicação clara sobre passos críticos e possíveis complicações.
- Handoff pós-operatório: Transmitir informações completas e precisas para a equipe de cuidados intensivos.
Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostrou que a implementação de protocolos de comunicação estruturada reduziu em 35% as complicações pós-operatórias em cirurgias abdominais complexas.
Pontos-chave:
- Ser claro e conciso nas instruções cirúrgicas.
- Evitar ordens simultâneas ou contraditórias.
- Utilizar feedback para confirmar compreensão.
- Adaptar o estilo de comunicação à situação e ao indivíduo.
- Documentar instruções complexas por escrito quando necessário.
Conclusões aplicadas à prática do cirurgião digestivo | A adoção de técnicas de comunicação assertiva pode ter um impacto significativo na redução de erros médicos e na melhoria dos resultados cirúrgicos. Cirurgiões digestivos devem:
- Implementar briefings e debriefings estruturados para cada procedimento.
- Utilizar checklists de comunicação em momentos críticos do perioperatório.
- Promover uma cultura de comunicação aberta, onde todos os membros da equipe se sintam confortáveis para expressar preocupações.
- Investir em treinamento de habilidades de comunicação para toda a equipe cirúrgica.
O Colégio Brasileira de Cirurgia Digestiva (CBCD) recomenda que programas de residência em cirurgia digestiva incluam módulos específicos sobre comunicação eficaz, visando preparar melhor os futuros cirurgiões para os desafios da prática clínica. Ao incorporar esses princípios, cirurgiões digestivos podem não apenas melhorar a segurança do paciente, mas também criar um ambiente de trabalho mais eficiente e harmonioso. A comunicação assertiva é uma habilidade que pode e deve ser cultivada continuamente ao longo da carreira médica.
“A comunicação clara entre a equipe cirúrgica é a base para um tratamento seguro e eficaz.” – Anne Morrow
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