Este artigo é destinado a pacientes que irão passar por um transplante hepático e seus familiares. Ele visa esclarecer dúvidas comuns e fornecer informações importantes para enfrentar a experiência de forma mais tranquila e informada.
1. Quando está indicado o transplante?
O transplante hepático é recomendado em casos de:
- Cirrose Hepática: Quando exames mostram função hepática diminuída ou sintomas como ascite, sangramento digestivo, encefalopatia hepática ou peritonite bacteriana.
- Hepatocarcinoma: Tumores originários do fígado, muitas vezes associados à cirrose, podem ser tratados com transplante.
- Colangite Esclerosante e Obstrução Intratável de Vias Biliares: Doenças que causam obstrução das vias biliares e infecções graves.
- Hepatite Fulminante e Perda do Fígado Transplantado: Em casos de hepatite grave ou perda do enxerto transplantado dentro de 30 dias, a urgência é priorizada.
2. Quais são as contra-indicações ao transplante hepático?
Não é indicado realizar o transplante em situações como:
- Doença avançada em outros órgãos.
- Tumores fora do fígado.
- Abuso atual de drogas ou álcool.
- Incapacidade de seguir orientações médicas.
- Infecção ativa (o transplante pode ser realizado após a infecção ser controlada).
A idade avançada não é mais uma contra-indicação absoluta, mas deve ser avaliada individualmente.
3. A fila de transplante
Atualmente, a fila de transplante no Brasil é organizada pelo sistema Meld/Peld, que prioriza pacientes com base na gravidade da doença. A fila é subdividida por grupo sanguíneo (A, B, AB, O) e compatibilidade com o tamanho do paciente. Pacientes com grupo sanguíneo raro (AB) podem receber órgãos de todos os grupos.
4. O fígado “não ideal” (marginal)
Órgãos “não ideais” ou marginais podem ter características menos perfeitas, como mais gordura ou doadores com condições subótimas. Eles são destinados a pacientes com necessidades urgentes, como aqueles com tumores hepáticos.
5. A equipe
A equipe de transplante é composta por diversos profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. Cada paciente passa por avaliações detalhadas de todos esses profissionais.
6. Como proceder em caso de emergências durante a espera pelo transplante
Em situações urgentes, dirija-se ao pronto-socorro ou entre em contato com sua equipe médica. As emergências incluem:
- Vômitos com sangue.
- Fezes com sangue ou escurecidas.
- Queda de pressão, mal-estar súbito.
- Colangite (febre, dor abdominal, icterícia).
- Peritonite (infecção abdominal).
7. As reuniões com a Coordenação de Enfermagem de Transplantes
Reuniões regulares são realizadas para pacientes na fila e seus familiares, oferecendo a oportunidade de trocar experiências, fazer perguntas e receber atualizações sobre a lista de espera.
8. A doação de órgãos através de doador em morte encefálica
A doação é um ato voluntário feito com consentimento familiar. O paciente deve estar em morte encefálica, uma condição onde não há atividade cerebral, mas o coração e outros órgãos ainda funcionam. A entidade responsável é o Rio Transplante e os dados do doador são confidenciais.
9. Chamada para o transplante
Mantenha-se disponível e acessível para a equipe de transplante, com telefone atualizado e a uma distância máxima de duas horas do hospital. Caso seja chamado, esteja preparado para o possível ajuste no órgão doado.
A CIRURGIA DE TRANSPLANTE HEPÁTICO
A cirurgia dura entre 5 a 8 horas e é dividida em duas etapas principais:
- Captação: Retirada do fígado doado, que pode ser considerado apto, marginal ou inapto.
- Transplante: O fígado doente é retirado e o novo órgão é implantado, com a realização das anastomoses das veias, artéria hepática e via biliar.
Pós-operatório Imediato
Você será monitorado na UTI por aproximadamente 48 horas. Equipamentos como tubos respiratórios, eletrodos, sondas e drenos serão usados para garantir segurança e monitoramento.
Pós-operatório
A internação média é de 2 semanas, variando conforme o paciente. É importante realizar exames regularmente e seguir orientações médicas para movimentação e exercícios respiratórios.
Medicação
Os imunosupressores, fornecidos pelo SUS, são essenciais para evitar a rejeição do transplante. Familiarize-se com o processo de obtenção e renovação desses medicamentos. Outras medicações de rotina devem ser providenciadas pela família.
Intercorrências após o Transplante
Monitorar sinais de rejeição e infecções é crucial. Mantenha-se saudável, evite álcool e siga as orientações médicas rigorosamente.
Alta Hospitalar
Antes da alta, você receberá orientações detalhadas e agendamentos para consultas e exames. Siga as recomendações de fisioterapia, nutrição e outros cuidados necessários.
Seguimento Inicial e Tardio
O acompanhamento pós-transplante é fundamental. As consultas variam ao longo do tempo, com exames laboratoriais e visitas regulares ao hospital.
Efeitos Colaterais
Os imunosupressores podem causar efeitos colaterais, como tremores e aumento da glicose. Informe seu médico sobre qualquer efeito adverso e não suspenda a medicação por conta própria.
Cuidados Gerais
Controle o peso, colesterol, glicose e pressão arterial. Evite bebidas alcoólicas, use máscara em locais públicos, evite contato com pessoas doentes e exposição solar excessiva. Mantenha acompanhamento ginecológico e dentário regular e consulte seu médico antes de tomar novos medicamentos. Este artigo é uma referência para ajudar você a entender e gerenciar o processo de transplante hepático. Mantenha-se em contato com sua equipe médica para qualquer dúvida ou preocupação.
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